Monday, March 23, 2009

Material para ajudar


Sabe aquelas tampinhas de garrafas que acabam aparecendo em casa e também aquela bandeja de ovos que jogamos fora direto? Pois é, criei um material que uso para sondagem com os alunos. Nas tampinhas coloco letras do alfabeto e também sílabas. As letras são oferecidas para os alunos que ainda não são alfabéticos, mas os que já estão neste nível usam as sílabas. Utilizo um campo semântico e vou pedindo para formar as palavras no tabuleiro ( bandeja). Durante a sondagem vou fazendo as intervenções e anotando tudo no meu caderninho de registro.

Monday, March 16, 2009

Níveis de Alfabetização


Tabela elaborada para acompanhar a evolução da escrita dos alunos.

PRÉ-SILÁBICA

*Grafismo Primitivo
Predomínio de rabiscos e pseudo-letras. A utilização de grafias convencionais é um intento para a criança.
Desenvolvem procedimentos para diferenciar escritas. (garatujas)
*Escrita sem controle de quantidade
A criança escreve ocupando toda a largura da folha ou do espaço destinado a escrita.
A R M S MO H A O R U I L N M (brigadeiro)
A M T O X A M H N TS K H U I (pipoca)
M H O T I P E R T C L P M N B O (suco)
A T R O C D G P E S IP U T D F F (bis)
*Escrita Unigráfica
A criança utiliza somente uma letra para representar a palavra.
A (brigadeiro)
L (pipoca)
F (suco)
C (bis)
*Escrita Fixa
A mesma série de letras numa mesma ordem serve para diferenciar nomes.
Predomínio de grafias convencionais.
A L N I (brigadeiro)
A L N I (pipoca)
A L N I (suco)
A L N I (bis)
*Quantidade variável
Repertório Fixo/Parcial

Algumas letras aparecem na mesma ordem e lugar, outras letras de forma diferente. Varia a quantidade de letras para cada palavra.
S A M T (brigadeiro)
A M T (pipoca)
A M T S A (suco)
S A T (bis)
*Quantidade constante
Repertório variável

Quantidade constante para todas as escritas. Porém, usa-se o recurso da diferenciação qualitativa: as letras mudam ou muda a ordem das letras.
HRUM (brigadeiro)
ASGK (pipoca)
ONBJ (suco)
CFTV (bis)
*Quantidade variável
Repertório variado

Expressam máxima diferenciação controlada para diferenciar uma escrita de outra.
R A M Q N (brigadeiro)
A B E A M F (pipoca)
G E P F A (suco)
O S D L (bis)
*Quantidade e repertório variáveis
Presença de valor sonoro início e/ou fim

Variedade na quantidade e no repertório de letras. A criança preocupa-se em utilizar letras que correspondem ao som inicial e/ou final.
I M S A B R O (brigadeiro)
I B R N S A (pipoca)
U R M T O (suco)
I N B O X I X (bis)

SILÁBICA

*Sem valor sonoro: a criança escreve uma letra para representar a sílaba sem se preocupar com o valor sonoro correspondente
R O M T (brigadeiro)
B U D (pipoca)
A S (suco)
R (bis)
*Iniciando uma correspondência sonora: a criança escreve uma letra para cada sílaba e começa a utilizar letras que correspondem ao som da sílaba.
I T M O (brigadeiro)
P Q A (pipoca)
R O (suco)
G I (bis)
*Com valor sonoro: a criança escreve uma letra para cada sílaba, utilizando letras que correspondem ao som da sílaba; às vezes usa só vogais e outras vezes consoantes e vogais.
I A E O – B H D O (brigadeiro)
I O A – P O K (pipoca)
U O – S C (suco)
I S – B I (bis)
*Silábico em conflito ou hipótese falsa necessária: momento de conflito cognitivo relacionado à quantidade mínima de letras (BIS/ISIS) e a contradição entre a interpretação silábica e as escritas alfabéticas que têm sempre mais letras. Acrescenta letras e dá a impressão que regrediu para o pré- silábico.
B H D U L E (brigadeiro)
I O K E C (pipoca)
U O K U (suco)
I S I S (bis)

SILÁBICA - ALFABÉTICA

A criança, ora escreve uma letra para representar a sílaba, ora escreve a sílaba completa. Dificuldade é mais visível nas sílabas complexas.
B I H D R O (brigadeiro)
P I P O K (pipoca)
S U K O (suco)
B I Z (bis)

ALFABÉTICA

A criança já compreende o sistema de escrita faltando apenas apropriar-se das convenções ortográficas; principalmente nas sílabas complexas..
BRIGADEIRO
PIPOCA
SUCO
BIS


Essas informações são parâmetros que ajudam a compreender as hipóteses das crianças sobre o sistema de escrita e assim poder planejar e intervir intencionalmente para que avancem.
As crianças são complexas e muitas vezes não se encaixam nas “gavetinhas”, é preciso investigar, usando diferentes estratégias para conhecê-las.

CRÉDITOS:
Fonte: equipe pedagógica da Escola Municipal Professora Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos (SP)

Tuesday, March 10, 2009

Tangram

As peças do Tangram são as seguintes: dois triângulos grandes, dois triângulos pequenos, um triângulo médio, um quadrado e um paralelogramo, como mostra a figura abaixo:
Com essas peças e a criatividade é possível montar cerca de 1700 figuras diferentes, veja alguns exemplos abaixo:
A introdução desse material-jogo pode ser feita através do conto de uma lenda sobre o tangram, a qual diz: “um monge chinês deu ao seu discípulo um quadrado de porcelana, um rolo de papel de arroz, pincel e tintas, e disse:
- Vai e viaja pelo mundo. Anota tudo que vires de belo e depois volta.
A emoção da tarefa fez com que o discípulo deixasse cair o quadrado de porcelana, que se partiu em sete pedaços. O discípulo, tentando reproduzir o quadrado, viu formar uma imensidão de figuras belas e conhecidas a partir das sete peças. De repente percebeu que não precisaria mais correr o mundo. Tudo de belo que existia poderia ser formado pelo Tangram.”
Logo após essa introdução, o professor pode confeccionar juntamente com os alunos as peças do Tangram, utilizando somente uma folha de papel quadrada e tesoura, trabalhando assim a coordenação motora e a arte ao mesmo tempo.
Além disso, vários conceitos matemáticos podem ser abordados, como:
Identificação;
Comparação;
Descrição;
Classificação;
Desenho de formas geométricas planas;
Visualização e representação de figuras planas;
Exploração de transformações geométricas através de decomposição e composição de figuras;
Compreensão das propriedades das figuras geométricas planas;
Representação e resolução de problemas usando modelos geométricos;
Noções de áreas;
Frações.

Com esses conceitos em mente, os alunos podem desenvolver algumas habilidades que servem de pré-requisitos para outras áreas do saber, como: visualização, diferenciação, percepção espacial, análise, síntese, desenho, relação espacial, escrita, construção, criatividade e raciocínio lógico.
Outra maneira de se trabalhar o Tangram é a “sobreposição”, na qual o professor fornece uma imagem pré-definida onde os alunos devem encaixar as sete peças. Veja:
Através dessa imagem dada, o aluno deve encaixar as peças do tangram preenchendo-a sem sobrepô-las.

A razão finalizadora do Tangram é de que o todo é divisível em partes, e estas podem ser reconstruídas em um outro todo, como a própria concepção do grande educador Malba Tahan sobre a matemática.
Enfim, o uso de material lúdico em sala de aula, como o Tangram, é uma estratégia eficaz para entender conceitos de número e operações, além de educar a atenção, despertar interesse por mais conhecimento e trabalhar a interdisciplinaridade. Portanto, entende-se que a aprendizagem deve acontecer de forma interessante e prazerosa e um recurso que possibilita isso são os materiais lúdicos.



ReferênciasBRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

DEUS, ADREITON F. B. Malba Tahan e a didática da matemática: teoria e aplicação em sala de aula. Trabalho de Graduação em Licenciatura em Matemática – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2007. 85p.